domingo, 17 de outubro de 2010

A varanda da hospedaria

Muitos momentos interessantes da história se passam na varanda da hospedaria onde Henry mora. Os livros descrevem, esporadicamente, detalhes da decoração do espaço.


E foi daquele jeito que ele encontrou o Anjo em sua varanda. Anjo, literalmente. Heather estava distraída, observando a estrutura, e não notou a aproximação felina do vampiro. Ele demorou um pouco a acreditar que fosse ela, principalmente porque ele esperava que não fosse ver Heather novamente. Não tão rapidamente; ele jurava que a tinha assustado bastante. Não queria assustá-la, mas acreditava fielmente que o tinha feito. E lá estava ela, reluzindo como o sol de verão, iluminada pela luz artificial que a fazia ainda mais pálida e impressionante. “Como Stuart, sem ter nada de Stuart.” ele sussurrou para si mesmo.

O Segredo de Esplendora - Livro 01

Prólogo

Eram séculos de guerra e desolação. Os céus se tingiam de vermelho a cada crepúsculo. A noite se abateu sobre Esplendora desde então; desde o início da guerra havia a luz e a escuridão na cidade dos Anjos. Havia sangue derramado pelos ladrilhos impecáveis e o branco estava manchado para sempre. Eram séculos de guerra, e nunca poderia haver um vencedor.
_Eu não posso continuar vivendo aqui, Fletcher. Nós não podemos. Você sabe disso, se eles descobrirem não seremos nós que estaremos em perigo. - Abdiel disse, enquanto olhava para a cidade que parecia arder em chamas, da janela do seu quarto.
_Eu sei. – Fletcher aproximou-se e enlaçou-a com o braço direito. Pôs-se a olhar para a paisagem ao lado daquela que ele amava. Não se tratava mais de um jogo, ele não podia trair seus sentimentos nem sua consciência. – Precisamos ir embora, Abdiel. Precisamos ir para um lugar onde o Onisciente não nos descubra.
_Você acha que lá estaremos seguros? – O Anjo virou-se para Fletcher, os olhos azuis transparentes brilhando. Dos olhos de Abdiel emanavam faíscas luminosas que destoavam das cores do conflito em Esplendora. – Lá eu não terei poderes suficientes para proteger-nos dele.
_Lá ele não terá poderes suficientes para nos ameaçar. Lembre-se, Abdiel, que o Mundo Inferior está no limiar entre a luz e as trevas. E nas trevas eu predomino.
_Não diga isso. – Abdiel jogou-se nos braços de Fletcher, os olhos então úmidos pelas lágrimas contra as quais ela lutava. Depois olhou-o brevemente, o semblante preocupado e rígido do Bruxo. – Você tem mais qualidades do que qualquer Anjo nessa terra, Fletcher. Acredite em mim. Mas se você considera que o Mundo Inferior é nosso melhor esconderijo, então é para lá que iremos. Preciso despedir-me de meus amigos.
_Não temos tempo. – Fletcher beijou rapidamente os lábios do Anjo. – Eu retorno para conversar com a guardiã quando nossa filha estiver para nascer.
O Bruxo levou a mão espalmada e tocou o ventre expandido de Abdiel. Ele pode sentir uma força ainda não mensurada emanando do ser que ela gerava. Aquela criança era uma benção e uma maldição em Esplendora; ela era fruto de tudo que a cidade repudiava e carregava em si o carma de todas as Profecias. Ela era a filha do Anjo com o Bruxo, os pilares da guerra que destruiria Esplendora, para fazê-la renascer de cinzas de sangue. Ainda havia muitas mortes até que o conflito terminasse. Fletcher não arriscaria a vida de sua filha e não permitiria que o Onisciente colocasse também a vida de Abdiel em risco. Eles tiveram um acordo, eles tinham um pacto; mas os laços se romperam quando Fletcher descobriu o quanto ele amava Abdiel.
E junto com o pacto, pôs um fim à sua existência, já sabendo as consequências daquela escolha.

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